"Perguntou ao cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja." (Marcos 10:51)
"Nisso aproximaram-se dele [de Jesus] Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos. Ele, pois, lhes perguntou: Que quereis que eu vos faça? Responderam-lhe: Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda." (Marcos 10:35-37)
Uma mesma pergunta surgiu duas vezes em um mesmo caminho, no caminho de subida para Jerusalém, no caminho em que as pessoas se maravilhavam (Mc 10:32) seguindo a Cristo: "Que quereis que eu vos faça?" (Mc 10: 36 e 51). Sempre estamos querendo algo. Agora mesmo, o que estamos querendo? Qual seria a nossa resposta ao Senhor?
Naquela mesma ocasião, podemos observar duas ocorrências muito interessantes: o pedido de Tiago e João, no caminho; e o pedido do cego de Jericó, à beira do caminho.
Primeiro, os seus discípulos, Tiago e João, que tinham fácil acesso a Jesus simplesmente se aproximaram dele e logo manifestaram-lhe os desejos do coração: "Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos" (Mc 10:35). Muitas vezes é assim conosco: queremos que Deus nos faça o que pedimos, não o que Lhe apraz. Alguém já disse que teríamos mais aflições do que prazeres se metade do que pedimos fosse atendido. Isso indica que pedimos mal, não sabemos pedir: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tg 4:3). Outros até complementariam dizendo que as aflições seriam decorrentes do fato de só a metade ter sido atendida, mas entendamos isso como sendo a eternidade insaciável que há no coração do homem, que só pode ser preenchida por Deus. Voltando ao pedido de Tiago e João, fica claro aqui que eles estavam cegos, mesmo sendo discípulos, no caminho, pois o que almejavam era posição de destaque, orgulho espiritual: "Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda." (Mc 10:37).
Em um segundo momento, o mendigo cego de Jericó (Bartimeu), que apesar de não ter acesso fácil a Jesus (por estar à beira do caminho, diante de uma multidão e por ser cego), ao saber que por ali Jesus passava, não hesitou em clamar por misericórdia: "Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!" (Mc 10:47). Mas, os (cegos), não poucos, que estavam no caminho, repreendiam o cego que estava à beira do caminho: "E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais" (Mc 10:48). Com tal atitude, Bartimeu mostrou que só era cego fisicamente, não espiritualmente; enquanto muitos dos que estavam no caminho tinham cegueira espiritual. Diante de tal situação, Jesus parou e ordenou que o chamassem á Sua presença. Sim, um mendigo, cego, à beira do caminho obteve total atenção de Jesus, que parou exclusivamente por sua causa e desejou estar com ele. "Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus" (Mc 10:50). Jesus lhe repete a mesma pergunta que havia feito poucos instantes antes a Tiago e João: "Que queres que te faça?" e obteve uma resposta singela: "Mestre, que eu veja". (Mc 10:51). Jesus recuperou-lhe a visão e deu-lhe total liberdade para ir embora: "Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista" (Mc 10:52a). Mas, Bartimeu não tinha cegueira espiritual... "e foi seguindo pelo caminho" (Mc 10:52b).
Oremos:
Senhor Jesus, livra-nos da cegueira espiritual e permita-nos seguir-Te pelo caminho. Longe de nós esteja repreender aos que clamam por Ti. Pelo contrário, tenhamos disposição em anunciar as boas-novas da salvação que só há em Ti, pois não há outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Amém!
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