O Grande Mistério do Casamento

“Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher,  e serão uma só carne.”  (Gênesis 2:24)

O que pode haver de tão misterioso em um casamento?! A resposta depende da maneira como vemos o relacionamento conjugal. Consideremos a história do primeiro casal: Adão e Eva. O livro de Gênesis relata que o homem foi criado no sexto dia, sendo o sétimo, o dia do descanso. Assim, o primeiro dia de vida do homem foi o sábado, um dia de descanso em Deus, que já havia preparado todo o “enxoval” nos cinco primeiros dias da criação.  “Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera” (Gn 2:2). O homem foi criado de maneira especial, do pó (hb. âphâr) da terra (corpo), sendo literalmente inflado (hb. nâphach) com o fôlego de vida (espírito) e tornando-se alma vivente (hb. nephesh). Os termos âphar mais nâphach produzem nephesh. Isso é singular em toda a criação e o nephesh (alma) funciona como um pêndulo, escolhendo agradar à carne ou ao espírito. “A inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” (Rm 8:6).

A ciência justifica a diferença do homem em relação aos animais dizendo que o homem tem a capacidade de construir instrumentos para reutilização, indicando atividade intelectual. Sim, mas a principal diferença é que o homem tem um espírito, pois foi feito à imagem de Deus (Gn 1:27). O espírito do homem tem a importância do universo: “Fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito do homem dentro dele” (Zc 12:1).

Ainda observando a obra da criação (Gn 1), tudo o que Deus criava era para ser preenchido e separado posteriormente, removendo o vazio. Assim, no primeiro dia, a terra que estava vazia e em trevas foi preenchida com a luz; no segundo dia, o firmamento foi criado e preenchido com a água; no terceiro dia, surgiu o elemento seco, a terra, preenchida com relva, ervas e árvores; no quarto dia, Deus preencheu o firmamento com os astros; no quinto dia, Deus criou os peixes, aves e outros animais para preencher as águas e o ar; no sexto dia, criou os animais para preencher a terra e o ser humano para ter domínio sobre toda a criação e ser preenchido com o próprio Deus em seu espírito!

Também, homem e mulher se preenchem mutuamente: Adão viveu um período de tempo em solidão, em busca de um complemento, “mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gn 2:20).  “Então... Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe... uma das costelas.. e formou a mulher e a trouxe ao homem...   (Gn 2:21,24). “Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja” (Ef 5:32):

1. “sono pesado” refere-se à morte de Cristo;  
2. “tomou-lhe uma das costelas” refere-se ao fato de Cristo ter sido ferido com uma lança em seu lado, saindo-lhe água.  
3. “formou a mulher” indica a produção da noiva de Cristo, a igreja, do lado de Cristo.  

Este é, portanto, o grande mistério do casamento. Poucos são os que percebem que ao se unirem  em matrimônio estão, na verdade, expressando o desejo de Deus em ter a Sua Noiva na terra. Não sejamos como os que comem, bebem, casam e dão-se em casamento para nós mesmos (Mt 24:38), sem perceber tal realidade elevada. Antes, reconhecendo que o Noivo entregou Sua própria vida para produzir a Noiva, devemos nos preparar como igreja para Ele: “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou” (Ap 19:7). “Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro” (Ap 21:9); "Pois o teu Criador é o teu marido” (Is 54:5).

Aos que ainda não leram o convite de casamento de Deus, ainda é tempo, ele está no último livro, em Apocalipse, um dos cinco versos finais: Apocalipse 22:17: "O Espírito e a noiva dizem:Vem! Aquele que ouve, diga:Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida."