Há um total distanciamento da compreensão humana do que é o casamento
aos olhos de Deus (Mt 19:10,11). Daí a conclusão humana: "se é assim,
não convém que se case".
Casamento é compromisso e responsabilidade (capacidade de responder por). É
tão importante, que o primeiro milagre de Jesus ocorreu em uma festa de
casamento, transformando águas de morte em vida de genuíno prazer. Não é
por menos que Paraíso e Jardim do Éden significam "jardim de
delícias"!
De uma certa maneira, o casamento é o meio divino de mortificar tudo aquilo que nos impede de experimentar a vida abundante e de plenitude em Cristo. Mortificar nos lembra funeral, onde diante da brevidade do homem, fica evidente a necessidade da
graça, misericórdia, perdão e presença do Deus Consolador. Por isso, na vida conjugal adequada, estamos nos engajando no meio mais eficaz de transformação do barro em pedras preciosas. O processo não é simples e nem fácil. Portanto, não desmaiemos quando formos reprovados (Hb 12:5). Todas as coisas, no devido tempo serão abaladas, para que permaneça somente o inabalável (Hb 12:26,27).
Casamento é caminho e, na vida conjugal, há "um caminho sobremodo excelente" (1 Co 13:1): o amor. Por meio dele todas as coisas se vinculam perfeitamente (Cl 3:14). Este é um segredo magnífico: se queremos ter vínculo eterno com alguém, o único ingrediente necessário é o amor! Sim, e o próprio Senhor nos atrai com "cordas humanas e laços de amor" (Os 11:4).
Outro princípio importante é deixar para unir-se, tornar-se e expandir-se (Gn 2:21). Envoltos em um jardim de delícias, servindo a Deus em diversidade e autenticidade (versus uniformidade e mediocridade).
Que proveito os casais podem tirar disso tudo? A palavra precisa ser acompanha por fé (Hb 4:2). Mesmo os votos não têm a força e o vigor da fé. Quando um homem "acha uma esposa, acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor" (Pv 18:22) e um dia virá a dizer: "Eu amo o meu Senhor, a minha mulher e os meus filhos" (Ex 21:5). Por sua vez, "a mulher sábia edifica a sua casa" (Pv 14:1).
Para concluir, leiamos esta belíssima poesia de Mário Quintana:
Laços e nós
Meu Deus, como é engraçado.
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.
Uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não embola.
Vira, revira, circula e pronto... está dado o laço.
É assim que é o abraço.
Ah, então é assim o amor, a amizade
E tudo o que é sentimento.
Como um pedaço de fita,
Enrosca, segura um pouquinho,
Mas não pode se desfazer a qualquer hora,
Deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz:
Laço afetivo, laço de amizade, enlace matrimonial.
E quando alguém briga, então se diz:
Romperam-se os laços.
Então, o amor, a amizade são isso.
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó... já deixou de ser laço.
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